segunda-feira, 22 de abril de 2013

A que pensa e a que não executa

Além da descoberta do real significado da palavra queimação, os trinta anos me trouxeram uma dupla personalidade. Eu tenho me dividido em duas pessoas: a que pensa e a que não executa. A que pensa é uma sonhadora, verdadeira idealista. Pensa em tudo que pode ser feito, como pode ser feito; traça metas e chega a se imaginar fazendo tudo o que idealizou. Ela é muito criativa, tem sempre uma ideia, um plano, um projeto, um não sei o quê para fazer e visiona os resultados positivos que a execução de todos os seus planos teria em sua vida. É, sem dúvida, uma pessoa cheia de vontade, ela mudaria o mundo não fosse a presença da que não executa. Essa, essa não faz nada que a outra idealiza. Ela chega a começar, mas se distrai facilmente. Sempre encontra desculpas bem embasadas na sua lógica de procrastinação para não realizar os planos tão bem engendrados por aquela que pensa. Isso deve estar parecendo uma história de maluco, mas darei um exemplo pra que vocês não pensem que entrei na onda hippie de São Francisco e estou sob o efeito de alguma substância diferente. Sempre que saio do trabalho, a que pensa começa a planejar o jantar, a organizar suas ações para preparar o jantar e, ao mesmo tempo, dar uma geral na casa, já pensando que, depois do jantar, ela vai corrigir provas e preparar aulas. Quando chego em casa, a que não executa entra em ação. Ela decide que uma comidinha congelada não é o fim do mundo, ainda mais com a palavra orgânico na embalagem. A casa, segundo ela, pode ficar assim mais um dia. As provas, as aulas, bom... disso nem a que não executa consegue escapar. Não sei se isso acontece apenas comigo, mas o buraco negro sem fundo que puxa toda minha energia no trajeto do trabalho pra casa e me transforma na que não executa... está complicando a minha vida...

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